1948 - I CAMPEONATO BRASILEIRO DE TIRO
28
/11/1947 – FUNDAÇÃO DA CBTA – EDIFÍCIO DA ABI –
RIO DE JANEIRO: Ten Cel. Antônio Ferraz da Silveira
– Ten Cel Guilherme Paraense - General Demerval
Peixoto – Dr. Afrânio Antônio da Costa (Presidente
eleito) – Dilermando Cruz
1.
ELEIÇÕES DA CBTA
Após
a criação da Confederação Brasileira de Tiro ao
Alvo, em 23 de novembro de 1947, onde foi eleito
o Presidente Dr. Afrânio Antônio da Costa, a nova
entidade, contando com o apoio das federações do
DF (Rio), São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio
Grande do Sul, resolveu organizar o primeiro campeonato
brasileiro em novembro de 1948, no então Distrito
Federal (Rio).
Diga-se
de passagem, que os primeiros campeonatos foram
organizados com muitas dificuldades em virtude dos
poucos recursos que a CBTA dispunha, pois, não havia
verbas do CND, órgão máximo desportivo, para o repasse
de verbas às confederações da época. Apesar de tudo,
nunca faltou apoio irrestrito das federações e dos
clubes, sem os quais os campeonatos não seriam realizados.
Fato
também conhecido pelos atiradores mais antigos é
que os próprios atiradores, em mais de uma oportunidade,
deram provas de desprendimento e de amadorismo,
custeando suas despesas com passagens e estadias,
tudo pelo simples prazer de participar das provas
do campeonato brasileiro e de manter vivo o Tiro
Esportivo.
Por
intermédio da leitura das atas dos campeonatos realizados,
verifica-se o interesse e a determinação dos dirigentes
da CBTA em promover e divulgar o esporte pelo País,
mesmo superando as dificuldades encontradas, alternando
as sedes dos campeonatos, levando o esporte aos
outros centros e apoiando o sacrifício das federações
e clubes promotores do evento.
Convém
ressaltar que poucos atiradores possuíam armamento
e munição de qualidade para participar das provas
dos primeiros campeonatos brasileiros. A munição
utilizada era na época um grande problema: não havia
importação e a munição 22 da CBC era de péssima
qualidade e quase sempre causava surpresas desagradáveis
aos atiradores, explodindo no rosto dos participantes.
Quem tinha munição importada como a inglesa Mark
III e X Pert ou a antiga Lapua, era um felizardo:
O armamento também era muito antigo e difícil de
ser encontrado no país, as carabinas eram muito
pesadas: Martini (SUI), de cano sextavado, a alemã
Schultz Larsen de gatilho cabelo, Lejona (FIN) e
a suíça Hammerli.
A
princípio, os campeonatos nacionais eram realizados
em clubes pequenos e em estandes de poucos postos
de tiro. Em conseqüência os campeonatos praticamente
duravam uma semana, terminando a última prova no
domingo com a premiação realizada após um almoço
festivo. Há que se ressaltar que nesse início os
atiradores estavam acostumados a competir em várias
modalidades, mesclando o tiro de armas longas com
os de armas curtas. O pequeno número de atiradores
naquela época favorecia essa participação.
Com
o crescimento das federações e do número de atiradores,
tornou-se impraticável a competição nessas condições.
Assim, somente os estandes da Vila Militar e do
Barro Branco em São Paulo (1976), possuíam plenas
condições de realizar as provas em tempo menor,
com os atletas competindo na parte da manhã e à
tarde. Juntamente com essa decisão, os atiradores
resolveram partir para a especialização, terminando
a prática de disputar concomitantemente modalidades
de armas longas e curtas.
Chamavam
a atenção na época, as provas antigas de revólver
Colt (oito polegadas) a 50 metros, com armas semelhantes
ao do notável feito de Paraense em 1920.
Os
atiradores que vinham de fora do Rio de Janeiro
permaneciam alojados em casa de atiradores ou de
amigos e o transporte pra o estande era de taxi
ou por conta do amigo. Amadorismo puro, porém muito
congraçamento e amizade. Havia muita harmonia entre
os atiradores e federações, com trocas de experiência
e de técnicas.
Os
Campeonatos Brasileiros se revestiam de beleza e
de austeridade com a presença de autoridades e público
que compareciam as cerimônias e para aplaudir os
vencedores. Havia uma maior interação entre atiradores
e pessoas que compareciam para assistir as provas.
Atualmente,
o que mais chama a atenção dos atiradores é a ausência
inexplicável das cerimônias de abertura, encerramento
e de premiação nos campeonatos brasileiros. Observamos
que há algum tempo a Confederação não vem cumprindo
com os cerimoniais previstos pela ISSF, como hasteamento
e o arreamento das bandeiras das federações e sem
o canto do Hino Nacional por parte dos atiradores.
Existe
uma grande falta de atenção dos organizadores de
eventos com a fraca ou inexistência da cerimônia
de premiação, que vem se caracterizando ultimamente
pela falta de cuidados com os atiradores, como muitas
vezes acontece com as medalhas sendo enviadas pelo
correio. Tanto a CBTE como as demais federações
ou clubes têm que dar o destaque devido aos vencedores
e a participação dos demais concorrentes. Os dirigentes
encarregados da cerimônia parecem ter pressa em
terminar o evento deixando de valorizar o
esforço do atleta e a comemoração fria da vitória
Esperamos que a CBTE corrija essa falha nos próximos
eventos.
Organizar
um campeonato simples não é omitir os detalhes e
os itens preconizados nos regulamentos da ISSF,
utilizados como incentivo do próprio esporte. Há
quanto tempo não observamos o pessoal da imprensa
cobrindo os resultados e tirando fotos do evento
e entrevistando os campeões das provas? Será que
estou errado, ou tudo isso não é mais importante?
2.
ARMAS ANTIGAS QUE FORAM UTILIZADAS NAQUELA ÉPOCA
CARABINA
22 FILANDESA –VALMET
CARABINA
22 SUÍÇA – HAMMERLI
CARABINA
22 SUÍÇA – SCHUETZEN BALLARD
PISTOLA LIVRE SUÍÇA – BUCHELL
3.
RESULTADOS DO I CAMPEONATO
BRASILEIRO
|
1948 – I CAMPEONATO BRASILEIRO
ESTANDE DO FLUMINENSE FC
RIO DE JANEIRO |
|
OBS: I Campeonato
Brasileiro promovido pela Confederação Brasileira
de Tiro ao Alvo (CBTA)
50M CARABINA DEITADO
– 40 TIROS |
Categoria
Senior
COL |
NOMES |
FED |
TOTAL |
10 |
Antônio
Martins Guimarães |
DF |
395 |
20 |
Alan
Sobocinski |
SP |
394 |
30 |
João
Sobocinski |
SP |
393 |
50M CARABINA 3
POSIÇÕES – 60 TIROS |
Categoria
Senior
COL |
NOMES |
FED |
TOTAL |
10 |
Antônio
Martins Guimarães |
DF |
557 |
20 |
Max
Schrappe |
PR |
554 |
30 |
Armando
Machado Vieira |
DF |
535 |
50M PISTOLA LIVRE
– 60 TIROS |
Categoria
Senior
COL |
NOMES |
FED |
TOTAL |
10 |
Silvino
Fernandes Ferreira |
DF |
524 |
20 |
Álvaro
Jose dos Santos Junior |
DF |
502 |
30 |
Oswaldo
Impelizieri |
DF |
502 |
25M TIRO RÁPIDO
ÀS SILHUETAS – 60 TIROS |
Categoria
Senior
COL |
NOMES |
FED |
TOTAL |
10 |
Pedro
Simão |
SP |
59/540 |
20 |
Silvino
Fernandes Ferreira |
DF |
59/526 |
30 |
Oscar
Mangia |
DF |
58/498 |
Categoria
Senior
COL |
NOMES |
FED |
TOTAL |
10 |
Álvaro
José dos Santos Júnior |
DF |
501 |
20 |
Silvino
Fernandes Ferreira |
DF |
489 |
30 |
Oswaldo
Impelizieri |
DF |
482 |
CLASSIFICAÇÃO GERAL
POR EQUIPE: 1º DF; 2º
SP; 3º
SILVINO
CAMPEÃO DE PISTOLA LIVRE
SENTADOS
EVANDRO SILVINO E NOVAES – FLUMINENSE