1968
– CRIAÇÃO DOS CAMPEONATOS NORTE NORDESTE
1. FUNDAÇÃO DA FEDERAÇÃO CEARENSE DE TIRO AO ALVO (FCTA)
Ao assumir a Presidência da CBTA em 1966, após muita confusão, e a intervenção
que se seguiu ao período da presidência do Dr. Afrânio Costa (1947
a 1962), Dr. Antônio Martins Guimarães resolveu interiorizar o
Tiro como meta de sua gestão, difundindo-o em todos os Estados.
Assim, foram idealizados os Torneios Regionais no Norte-Nordeste
(NNE), Sul-Brasileiro (SULBRA) e Centro-Brasileiro (CENBRA) com
o objetivo de levar o Tiro aos mais longínquos
lugares do Brasil. Para a execução de seu projeto, foi preciso
criar novas federações, pois naquela época somente existiam as
federações do DF (Rio de Janeiro), SP, MG, PR e RS.
Um ano antes do Dr. Guimarães assumir a CBTA, em 13 de fevereiro
de 1965 um grupo entusiasmado de atiradores
cearenses tendo à frente os Majores do Exército Brasileiro Ayrton
Nogueira Façanha e José Carvalho Filho, que serviram por muitos
anos no tradicional 10º Grupo de Artilharia de Campanha, na cidade
de Fortaleza, e mais os atiradores civis Gerardo Albino, Raimundo
Nonato Pinheiro, Luiz Ethevaldo Guimarães
e Arlindo Ivo Barbosa, criaram a mais antiga entidade de Tiro
do Nordeste a FCTA.
A Assembléia da fundação da FCTA foi realizada no consultório odontológico
de Gerardo Albino, onde foram estabelecidos os regulamentos e
o estatuto da nova entidade. É bom recordar que as primeiras provas
de tiro no Ceará já vinham ocorrendo desde 1961, no velho estande
de fuzil do Grupo de Artilharia, um túnel de 150 metros que servia
para a instrução do tiro de fuzil da Unidade.
A prova realizada na Base Aérea de Fortaleza em 1962, reunindo um significativo
número de atiradores, também foi um marco na implantação do Tiro
no Ceará. Esta prova foi organizada pelo então Capitão Façanha,
oficial com o Curso de Educação Física do Exército e que havia
visitado o estande do Fluminense em 1961, quando fazia o Curso
da EsAO, voltando do Rio de Janeiro bastante entusiasmado
com a idéia de criar uma federação no Ceará.
Entre Façanha e Carvalho havia uma grande amizade e companheirismo e logo
eles se dispuseram a construir estandes rústicos no 10º Grupo,
um de arma curta e outro de arma longa, que serviram de base para
a implantação do Tiro Esportivo no Estado. do
Ceará.
Com a criação da FCTA, os cearenses querendo mais emoções e mesmo sem possuir
armas apropriadas de competições foram com muita coragem e disposição
participar do XVIII Campeonato Brasileiro realizado em 1965 no
Rio de Janeiro. A equipe ficou alojada no Forte Copacabana, valendo-se
dos conhecimentos dos dois militares com o Comandante do Forte.
No Fluminense, atiradores tricolores como Silvino Ferreira, Luiz Novaes,
Dr. Guimarães, Adhaury e Amaury Rocha,
admirados e surpresos com a determinação daqueles cearenses, emprestaram
suas armas e munições para os “aratacas” para que pudessem competir
no Brasileiro. Assim, foi a estréia auspiciosa
dos atiradores cearenses em provas nacionais.
2. I CAMPEONATO NORTE-NORDESTE
Animados com o sucesso, a Federação Cearense organizou em 1968
nos dois estandes do 10º GAC o I Torneio
Norte-Nordeste que mais tarde receberia a denominação
de Campeonato, com a participação de atiradores de outros Estados
Nordestinos. Esse movimento floresceu no Nordeste e logo a Federação
Pernambucana criou também a sua entidade (FPeTA) e com muito dinamismo organizou o XXI Campeonato
Brasileiro no estande de tiro do belo e aprazível Caxangá Golf Club.
Outras entidades lhe seguiram como a Federação do Rio Grande do
Norte, com seu estande localizado na Lagoa do Bonfim,
Departamento de Educação Física e Desportos do Pará, Federação
Paraibana, Federação Amazonense, Federação Alagoense e Federação
Baiana.
A partir de 70 o Ceará e o Rio Grande do Norte promoveram anualmente competições
de confraternização entre as duas federações. Em 1974, a Federação
Cearense, por intermédio do Presidente Coronel Façanha, construiu
na Praia do Futuro um amplo estande do Clube Caça e Pesca, com
linhas para o tiro à bala e uma pedana
para o tiro ao prato. A verba foi obtida através do Coronel Sá
Campello – Presidente da CBTA junto ao Brigadeiro Jerônimo Bastos
Presidente do CND. Em conseqüência, foram realizados importantes
campeonatos dentro dos padrões técnicos exigidos pela CBTA. Este
fato motivou que as outras federações criadas construíssem estandes
com silhuetas, minuterias e trincheiras
pelas entidades.
Sem dúvida os campeonatos Norte-Nordeste foram de grande importância para
o desenvolvimento do Tiro Esportivo Nacional com criações de novas
entidades, revelação de novos valores, divulgação do Tiro Esportivo
e participação de atiradores de alto nível técnico competindo,
inclusive em eventos internacionais e fazendo parte da equipe
brasileira. Vários atiradores desta região se projetaram no cenário
nacional conquistando relevantes títulos em provas nacionais.
Podemos afirmar que o sonho do Dr. Antônio Martins Guimarães tornou - se
uma feliz realidade implantando definitivamente o Tiro Esportivo
no Norte-Nordeste, tanto o tiro à bala como o tiro ao prato. Convém
lembrar o trabalho e a visão dos pioneiros, daqueles cearenses,
que a despeito de não possuírem armamento e munição de qualidade
ousaram e foram buscar no Rio de Janeiro a inspiração e os primeiros
conhecimentos técnicos do esporte para a implantação do Tiro no
Ceará e pelas federações coirmãs.
Impossível também não lembrar a atitude daqueles atiradores do Fluminense,
que com maior experiência e dotados de espírito esportivo, praticaram
a máxima do pensamento esportivo do Barão Du
Coubertin, “o importante é competir...”, e apoiaram àquela iniciativa dos irmãos do Nordeste.
Cada federação do Norte-Nordeste viveu o seu momento de glória e realizou
um trabalho meritório em prol da história do Tiro na Região. Houve
sempre um bem sucedido rodízio de sedes, concorrendo para uma
sadia competição e uma igualdade de forças. A Federação Maranhense
foi a última entidade a se juntar às
demais, sendo fundada em 1º de junho de 1975, por Abílio Francisco
de Lima Filho, e vem mantendo as melhores tradições dos antigos
campeonatos, sempre com muita hospitalidade e transparência na
condução dos eventos, concorrendo para a perenidade do evento.
3. RESULTADOS DOS CAMPEONATOS
NORTE-NORDESTE
NR |
ANO |
LOCAL |
CAMPEÃO |
I |
1968 |
Fortaleza |
Ceará |
II |
1969 |
Fortaleza |
Ceará |
III |
1970 |
Belém |
|
IV |
1971 |
Caiena - Kouru |
|
V |
1972 |
|
|
VI |
1973 |
|
|
VII |
1974 |
Fortaleza |
Ceará |
VIII |
1975 |
Natal |
Pernambuco |
IX |
1976 |
|
|
X |
1977 |
Fortaleza |
Rio Grande do Norte |
XI |
1978 |
Recife |
Rio Grande do Norte |
XII |
1979 |
Recife |
Pernambuco |
XIII |
1980 |
Recife |
Pernambuco |
XIV |
1981 |
Fortaleza |
Rio Grande do Norte |
XV |
1982 |
João Pessoa |
Ceará |
XVI |
1983 |
João Pessoa |
Ceará |
XVII |
1984 |
Recife |
Ceará |
XVIII |
1985 |
João Pessoa |
Ceará |
XIX |
1986 |
Recife |
Pernambuco |
XX |
1987 |
Recife |
Pernambuco |
XXI |
1988 |
Recife |
Pernambuco |
XXII |
1989 |
Campina Grande |
(*) |
XXIII |
1990 |
Maceió |
(*) |
XXIV |
1991 |
João Pessoa |
|
XXV |
1992 |
Fortaleza |
|
XXVI |
1993 |
Recife |
|
XXVII |
1994 |
Fortaleza |
Ceará |
XXVIII |
1995 |
Recife |
Pernambuco |
XXIX |
1996 |
Fortaleza |
Ceará |
XXX |
1997 |
Recife |
Ceará |
XXXI |
1998 |
Fortaleza |
Ceará |
XXXII |
1999 |
Recife |
Ceará |
XXXIII |
2000 |
Fortaleza |
Ceará |
XXXIV |
2001 |
São Luís |
Maranhão |
XXXV |
2002 |
Recife |
Maranhão |
XXXVI |
2003 |
São Luís |
Maranhão |
|
2004 |
Não Houve |
|
XXXVII |
2005 |
Fortaleza |
Ceará |
|
2006 |
Não Houve |
|
XXXVIII |
2007 |
São Luís |
Maranhão |
|
2008 |
Não Houve |
|
XXXIX |
2009 |
Fortaleza |
Ceará |
XL |
2010 |
São Luís |
|
OBS: (*) Em 1989 e 1990
somente ocorreram provas de tiro ao prato nestas
duas cidades
(**) Solicitamos às federações
que ajudem a resgatar os resultados que estão faltando