TIRO
RÁPIDO
1. CARACTERISTICAS
DA PROVA
Uma
das mais difíceis modalidades do Tiro Esportivo é
sem dúvida o Tiro Rápido. Esta modalidade já
sofreu inúmeras modificações nas regras durante
o passar dos anos, fruto do avanço tecnológico do
armamento utilizado e da evolução técnica
do atirador. A prova alia grande concentração, rapidez,
reflexo e uma técnica muito apurada do atirador, e por
causa desses fatores ela é admirada pelos que assistem
e acompanham o desempenho dos melhores atiradores do mundo.
A
prova foi chamada inicialmente de silhuetas, depois de tiro rápido
às silhuetas e finalmente tiro rápido, isto porque
a ISSF resolveu eliminar as silhuetas humanas como alvos, sendo
somente permitidos alvos circulares. Nos alvos eletrônicos
os alvos visualmente não possuem zonas circulares, mas
elas estão inseridas dentro do próprio sistema que
fornece a localização exata do impacto e pontuação
correta mostrada através de um visor.
Além
do peso do gatilho que passou para 1.000 gramas, outra grande
mudança ocorrida foi o calibre utilizado, onde inicialmente
era utilizado o cal. 22 short e recentemente foi mudado para o
cal. 22 long rifle. As dificuldades aumentaram para o atirador,
o recuo e ângulo de salto da arma ficaram maior devido à
mudança da munição mais forte. A série
de quatro segundos tornou-se ainda mais importante para o sucesso
de um bom resultado e exigiu maior adaptação técnica
por parte do atirador.
Levantar
a arma, com as miras corretamente alinhadas no centro do alvo,
executar o primeiro tiro e cadenciar os quatro demais com a arma
perfeitamente equilibrada não é uma tarefa fácil
para qualquer um iniciante, ainda mais se considerarmos que o
atirador terá que disparar os quatro tiros restantes em
quase menos de dois segundos.
Algumas
inovações também foram feitas nas empunhaduras
das armas a fim de permitir mais estabilidade e equilíbrio
da pistola, com ela permanecendo mais “apertada” dentro
da mão do atirador. Quem assiste de fora, percebe a força
que o atleta faz para encaixar a arma dentro da mão, parecendo
que ela parte do braço do atirador.
A
realização da prova em dois estágios, normalmente
desenvolvida em dois dias, aumenta ainda mais a pressão
sobre os atiradores. O número de participantes em copas
mundiais nesta modalidade é bem inferior às demais
provas. Razão pela qual, o Tiro Rápido é
considerado o mais seleto e complexo em comparação
com as demais modalidades.
2.
A MODALIDADE NO BRASIL
Durante
a sua longa história de competições, o Brasil
sempre revelou excelentes atiradores de tiro rápido e que
conquistaram importantes títulos internacionais para o
nosso País. Esta tradição vem se mantendo
e chega até os nossos dias através de atiradores
como Júlio Almeida, Emerson Duarte, Fernando Cardoso e
o Ricardo Miguel, este já aparecendo como uma grande promessa.
Eles
são os continuadores dos grandes campeões do passado,
como Adhaury Rocha, Paulo Bandeira, Pedro Simão, Silvino
Ferreira, Pedro Simão, Benevenuto Tilli, Iain Ritchie,
Durval Guimarães, Alfredo Lália e os juniores Iain
Andrew Ritchie, Ricardo Brenck, Paulo Vieira Bandeira de Mello.
Deixei para o final propositadamente o grande atirador paraense
Delival da Fonseca Nobre, quarto lugar nos Jogos Olímpicos
de Los Angeles em 1984, perdendo a medalha de bronze no desempate
com o atirador finlandês Rauno Bies, obtendo 591 pontos.
Recentemente,
na Copa Mundial de Munique, Emerson e Ricardo se destacaram alcançando
as melhores colocações da equipe brasileira com
resultados competitivos e com índices elevados.
1940 – PROVA DE SILHUETAS - FFC
1958 – CAMPEÕES CARIOCAS: EVANDRO
– SILVINO – NOVAES –
TIRO RÁPIDO ÀS SILHUETAS - FLUMINENSE
TIRO RÁPIDO: RALF SCHUMANN – CAMPEÃO
ALEMÃO
por Eduardo Ferreira
Recordista e campeão brasileiro de armas longas da CBTE
e das Forças Armadas. Ex vice-presidente da CBTE e da federação
do DF, ex presidente das federações do RJ e CE,
e diretor das federações da PB e RS. Autor de "Arma
Longa" e "História do Tiro"
ferreiraedu@terra.com.br