DISCURSO
/ TAÇA OLÍMPICA
SENHORAS
E SENHORES,
QUERIDAS
AMIGAS CONSELHEIRAS, (OS).
SAUDAÇÕES
TRICOLORES!
Nesta noite, em continuidade aos festejos do sexagésimo
aniversário de um dos maiores orgulhos dos quase 107
anos de história do Fluminense Football Club: a Taça
Olímpica; estamos aqui reunidos.
Instituída
pelo Barão Pierre de Coubertin, também idealizador
dos Jogos Olímpicos da era Moderna, é considerada
a maior honraria do desporto mundial concedida pelo Comitê
Olímpico Internacional.
Em
1949, há exatos 60 anos, o Fluminense ratificou sua condição
de clube pioneiro e conquistou a Taça Olímpica
na última edição em que foi conferida a
clubes ou personalidades. No dia 28 de abril de 1949 (eu tinha
apenas dois anos de idade), chegava ao Rio de Janeiro a notícia
da decisão tomada pelo COI. Portanto, além de
ser a única instituição de futebol do mundo
a detê-la, o Fluminense também é o único
clube latino-americano a ter seu nome gravado na Taça
Olímpica.
A primeira metade do século XX foi prodigiosa para o
Fluminense. Primeiro clube do Brasil a ter um estádio
de futebol (construído para o Sul-Americano de 1919)
e primeiro clube do Brasil a ter uma piscina olímpica.
Ao conquistar a Taça Olímpica em 1949, o Fluminense
ganhou o Prêmio Nobel dos Esportes. Fruto de sua fidalguia
e comprometimento que sempre nortearam a vencedora estrutura
dos seus esportes olímpicos.
Hoje,
para nosso orgulho, tanto o diploma conferido pelo Comitê
Olímpico Internacional quanto à placa alusiva
da Taça Olímpica dão alma e deixam mais
garrido nosso imensurável Salão de Troféus
das Laranjeiras.
Mas
a conquista da Taça Olímpica não pode ser
lembrada apenas em aniversários ou datas comemorativas.
Sua chama, assim como a própria chama olímpica,
nunca deve se apagar. Infelizmente, a realidade, não
só do Fluminense, mas como de todos os grandes clubes
brasileiros, formadores de atletas; não é mais
a mesma daquela vivida nas primeiras seis, sete décadas
do século passado.
À
mercê de uma política desumana que acarreta na
falta de investimento, nossos atletas são ceifados do
seio de seus clubes formadores. Se hoje a Taça Olímpica
ainda fosse conferida a uma agremiação desportiva,
dificilmente alguma delas teria condições de brigar
por sua conquista. Os clubes não têm mais condições
de segurar seus atletas de ponta. Pior ainda, não recebem
um centavo sequer, pelo investimento realizado.
O
Fluminense foi condecorado com a Taça Olímpica
em 1949, devido a um modelo exemplar de gestão utilizado
na época. Sessenta anos depois, estamos tentando voltar
a implantar aquele modelo vencedor, que prega a profissionalização
setorial.
Na
briga pela manutenção da hegemonia dos títulos
em todas as categorias de base dos Esportes Olímpicos
do Fluminense, temos que registrar nomes como nosso Grande Benemérito
Atleta Sylvio Kelly dos Santos, bem como, na atualidade, os
nossos incansáveis Grandes Beneméritos Atletas,
Ricardo Pereira Martins, Vice-presidente dos Esportes Olímpicos
e Angela Lachtermacher, Diretora de Tiro Olímpico, verdadeiros
ícones e companheiros na nossa prática de manter
vivo, nosso ideal histórico. Eles costumam dizer, que
ao entrarem no clube, sempre viram para a direita, numa alusão
a posição geográfica das nossas quadras
de tênis, parque aquático, Ginásio Olímpico
e Stand de Tiro Olímpico. Que Deus ilumine sempre seus
passos, neste caminho diário, para que cada braçada,
arremesso, cortada, saltos, sejam ainda mais fortes dentro e
fora das Laranjeiras, onde depois de muito tempo, com muita
dedicação e competência, voltamos a ser
aquele Fluminense vitorioso, com substanciais conquistas nas
categorias de base de todos os esportes olímpicos.
Mas
isto foi apenas o começo desta recuperação.
Além dos quatro projetos, já aprovados em Brasília,
através do Ministério do Esporte, utilizando verbas
da Lei dos Incentivos Fiscais, e em consonância com Clubes
Co-irmãos (formadores de Atletas Olímpicos), fundamos
o CONFAO (Conselho Nacional de Clubes Formadores de Atletas
Olímpicos), que em gestões junto ao mesmo Ministério
dos Esportes, com apoio oficial do Ministro Orlando Silva, possamos
aprovar a redistribuição dos recursos provenientes
da Lei Agnelo Piva.
Os
Clubes formadores pleiteiam receber 30% do montante dos recursos
atualmente destinados ao C.O.B. Atualmente, a verba proveniente
da Lei Piva, é dividida apenas entre o COB e Comitê
Para-Olímpico (CPB), que recebem respectivamente, 85%
e 15% do valor total. Contamos com o bom senso do nosso Presidente
Lula, que em até 60 dias deverá sancionar estas
modificações, que certamente farão com
que retornemos aos caminhos de vitórias que tanto nossa
juventude necessita.
Finalizando, gostaria de registrar nessa nossa cerimônia,
que cada metro quadrado deste solo, representa uma página
do desporto Brasileiro através de nossos sócios
atletas, atletas laureados, Beneméritos e grandes Beneméritos
Atletas que nunca receberam um centavo para representar o nosso
Fluminense. Com seu denodo, competência, excelência,
garra e determinação conquistaram vitórias
e títulos escrevendo com sangue, suor e lágrimas,
nossa magnânima história.
A
todos vocês, atletas dos 107 anos do FLUMINENSE FOOTBALL
CLUB, nossa eterna gratidão e o nosso MUITO OBRIGADO!!!
SAUDAÇÕES
TRICOLORES!